A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
Maria é uma segunda Eva… mas Eva antes de sua queda!
O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; entretanto, Josué não hesitou em fazê-lo parar: “Sol detem-te em Gibeon, e tu, lua, no vale de Hadjalon. E o sol deteve-se e a lua parou” (Jos. 10, 12-13).
É uma lei que as águas sigam a correnteza do seu curso. Entretanto, “Moisés estendeu a mão…” o mar deixou livre o seu leito, partiram-se as águas, com um muro à sua esquerda e à sua direita (Exod. 14, 21 e 22).
É uma lei que um morto fique morto até à ressureição geral, entretanto, o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro, já em putrefação, exclamou: “Lázaro, sai!” (Jo 11, 43 e 41). E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo.
Isso demonstra que “para Deus nada é impossível” (Lc 18, 27).
Isso demonstra que “para Deus nada é impossível” (Lc 18, 27).
Será então impossível para Deus preservar Maria Santíssima do Pecado Original?
Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente: “Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça” (Gen 3, 15). Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que “mulher” o texto fala. A única mulher “cheia de graça“, “bendita entre todas“, na qual a “semente” ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Conforme esse texto, há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio.
Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.
Na saudação angélica, quando S. Gabriel diz: “Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco“. Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o homem ter perdido a graça após o pecado.
A maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a “Ave, Cheia de Graça“. Ele troca o nome “Maria” pela qualidade “Cheia de Graça“, como Deus desejou chamá-la.
Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois “achaste graça diante de Deus“. Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina: “Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus“. (Lc 1, 28).
Pela simples leitura percebe-se a conexão estreita entre duas verdades: “Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus“.
Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele? Ora, a única graça que não existia – ou que estava “perdida” – era a “graça original“.
Falar, pois, que: “Maria achou graça” é dizer que achou a “graça original“. Ora, a “graça original” é a “Imaculada Conceição. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.
S. Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus: “Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo” (Hebr 9, 12).
Que tabernáculo é esse, “não construído por mãos humanas“, por onde “entrou” Nosso Senhor Jesus Cristo neste mundo?
Fica claro o milagre operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu “tabernáculo” que não foi “construído por mãos humanas“.
Ora, este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma criatura.
E esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.
“Era justo e conveniente, fosse a pessoa de Maria preservada do pecado original, visto o filho de Deus tomar dela a carne que devia vencer todo pecado“ (Martinho Lutero)
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