O TRIUNFO DA VIRGEM MARIA
Maria foi a mais humilde das criaturas e por isso mesmo no céu será a mais gloriosa.
Se Maria ocupa um trono mais perto de Jesus Cristo é porque mais do que ninguém se aproximou da perfeição de sua humildade.
Maria que nem sequer havia incorrido na humilhação do pecado original foi considerada no mundo como uma simples filha de Eva. Foi tratada como seu Filho; os judeus A consideraram como uma mulher ambiciosa, Ela que jamais pronunciou uma palavra em seu favor.
Ninguém foi tão pobre quanto Maria, nem houve pobreza tão meritória porque Ela era a Mãe do Rei do céu e da terra. Para imitar a pobreza de Jesus, Maria trabalha em Nazaré e mendiga no Egito.
A justiça de Nosso Senhor devia pois, à sua Mãe, uma compensação; é por isso justamente que Ela participa de todos os méritos e graças de seu divino Filho, e pode dispor deles livremente.
Todas as graças de salvação nos serão dadas por Maria; graças naturais ou espirituais, visto que Ela possui as riquezas do próprio Deus.
Jesus mesmo vai introduzí-la na glória pois lhe deve uma compensação. Maria viveu na terra, pobre e na obscuridade; era chegado o momento de coroá-la de glória e de honra.
A entrada de Maria no céu foi rodeada de tal esplendor como jamais fora visto; entrou por uma porta especial, aberta só para Ela, pois que não era possível passar pela porta dos simples eleitos.
 Se os doze Apóstolos são as doze portas do céu, Maria é a porta régia que dá acesso à pátria, a porta por excelência, porta utilizada pelo próprio Deus para vir a este mundo.
O triunfo de Maria é também o de Jesus, pois que Ele reencontra sua Mãe. Por sua presença torna a ser filho. Como pode Jesus separar-se de sua Mãe, amando-a tanto? Só o fez por nosso amor; uma vez que Ele no-la deu por Mãe, era mister que nos deixasse gozar de tão inefável dom. Mas era chegado o momento de recuperar seu tesouro.
Finalmente, se a felicidade está sempre em relação direta com os sofrimentos, ninguém no céu é tão feliz quanto Maria, porque ninguém sofreu tanto e ninguém igualou seu amor.
Deus permitiu que Ela sofresse um martírio contínuo. A profecia de Simeão amargurou todas as suas alegrias; desde aquele momento Maria supriu a Jesus, ainda demasiado jovem para sofrer publicamente, e aos pés da cruz se aproximou de Jesus para sofrer mais. Como no céu A queria mais perto de Si, Ele a uniu a seus sofrimentos e às suas humilhações mais intimamente do que qualquer outra criatura.
Para dizer tudo: Deus coroou Maria de glória e de honra como à obra prima de seu amor. de tal modo que acima d’Ela não há mais que Deus.
Mas no meio de sua glória Maria lembra-se de que é nossa Mãe, e que se nos precedeu no céu foi para nos facilitar a entrada e aí nos conduzir. Se soubermos chamá-la em nosso auxílio, na hora suprema, Ela mesma virá buscar-nos levando-nos pela mão.

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