A PAIXÃO ACONTECEU À MESMA HORA QUE O PECADO ORIGINAL
Deus desceu ao cair da tarde e disse: 
«Adão, onde estás?» (Gn 3,9). 
Aquele que veio para sofrer é o mesmo que desceu ao Paraíso.
Com efeito, ao modelar o homem, o Senhor tinha colocado nele, para além de um conhecimento geral do universo, o desejo de Deus. Logo que o demônio descobriu esse desejo ardente, disse ao homem: «Sereis como deuses (Gn 3,5). Agora sois apenas homens e não podeis estar sempre com Deus; mas, se vos tornardes como deuses, estareis sempre com ele».
Havia uma árvore no meio do paraíso e a serpente serviu-se dela para enganar os nossos primeiros pais. Reparai nesta coisa espantosa: para iludir o homem, a serpente vai recorrer a um sentimento inerente à sua natureza. 
Adão tinha desejado tornar-se Deus: tinha desejado uma coisa impossível.
Foi precisamente na hora em que Adão acabava de comer que o Senhor sofreu a sua paixão, nessas horas marcadas pelo pecado e pelo julgamento, isto é, entre a sexta e a nona hora. Na hora sexta, Adão comeu, de acordo com a lei da natureza; em seguida, escondeu-se. E ao cair da tarde, Deus veio até ele.
"...mas onde abundou o pecado, superabundou a graça!" 
(Rom. 5:20)
Fomos, pois, sepultados com Adão na morte pelo pecado; para que, pela paixão e morte de Cristo fossemos resgatados, comprados novamente pela misericórdia daquele que nos amou e se entregou por nossos pecados, pela glória do Pai!
Esse ato de Jesus foi muito maior que o ato de Adão. Agora, por causa de Jesus, podemos ter uma vida nova, limpa e livre da condenação do pecado.Por causa de Adão, todos foram condenados mas, por causa de Jesus, todos podemos ser salvos! 
A graça de Deus venceu o poder do pecado! 
(Romanos 5:15)
No princípio, Eva cooperou moralmente para a queda, cedendo à tentação do demônio, por um ato de desobediência e induzindo Adão ao pecado (cf. Gn 3, 1ss). Maria, a nova Eva, ao contrário, cooperou moralmente para a nossa redenção, conforme o desígnio de Deus. Pois, a Virgem de Nazaré acreditou nas palavras do arcanjo Gabriel e consentiu livremente para a realização do mistério da Encarnação redentora do Verbo (cf. Lc 1, 26-38), aceitando também, como consequência, todos os sofrimentos para ela (cf. Lc 2, 35) e seu Filho.
Deus a olhou não para apagar seu pecado, porém, maravilha infinitamente mais espantosa, para a preservar de todo pecado; olhou-a para avisá-la de sua intenção de salvação no momento em que se tornava seu Filho: olhou-a para nela fazer germinar um amor sem limite de mãe imaculada e de mulher abençoada por essa humanidade perdida da qual Ele se tornava o Salvador. 
Maria é a Santa Mãe de Deus, a Virgem das Virgens, a nova Eva.

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