A MISSA NO RITO TRADICIONAL

"Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa". Esta foi a chave de Lutero!


Lutero, ao fundar o protestantismo em 1531, Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma.

A Missa, um sacrifício!

Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa. E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício. Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística..., se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.
E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa.

De joelhos!

Não é normal que os leigos se coloquem ao redor do altar e que pronunciem todas as palavras da Missa, junto com o sacerdote. Porque eles não são sacerdotes no sentido próprio em que o é o sacerdote consagrado. Tampouco podemos considerar como coisa normal o ter suprimido todo sinal de respeito à Real Presença. À força de não ver nenhum respeito à Sagrada Eucaristia, acaba por não se crer na Presença Real. E quem se atreverá a chegar, por tal caminho, a coisa parecida, depois de meditar a divina Palavra, segundo a qual "ao nome de Jesus, que se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos infernos"? Se somente ao nome há que ajoelhar-se, vamos permanecer de pé, quando está presente em realidade, na Sagrada Eucaristia?

A IGREJA NÃO MUDA COMO AS FASES DA LUA...

A Igreja Católica é, antes de tudo, a fé que não muda; como - disse São Paulo - “A coluna de verdade”, a qual é sempre fiel a si mesma e inflexível testemunha de Deus - atravessa o tempo dentro de um mundo em perpétuas mudanças e contradições.
Através dos séculos, a Igreja Católica ensina e defende sua fé em nome de um só critério: “O que sempre acreditou e ensinou”. Todas as heresias, contra as quais a Igreja constantemente enfrentou, foram sempre julgadas e reprovadas em nome da não conformidade com este princípio. O primeiro princípio reflexo da hierarquia na Igreja, e especialmente da romana, foi manter sem mudanças a verdade recebida dos Apóstolos e do Senhor. A doutrina do Santo Sacrifício da Missa pertence a este tesouro de verdade da Igreja. E, se hoje em dia, nesta matéria em particular, aparece uma espécie de ruptura com o passado da Igreja, tal novidade deveria alertar qualquer consciência católica, como nos tempos de grandes heresias nos séculos passados, e provocar universalmente uma confrontação com a fé da Igreja que não muda.

A DOUTRINA CATÓLICA DEFINIDA!

Diante das negações de Lutero, o Concílio de Trento reafirmou a doutrina intangível da Igreja Católica e a definiu, quanto ao Santo Sacrifício da missa, essencialmente nos três pontos de doutrina seguintes:
1. A presença de Cristo é real na Eucaristia;
2. A Missa é um verdadeiro sacrifício, é substancialmente o sacrifício da cruz, renovado, verdadeiro sacrifício propiciatório ou expiatório em remissão dos pecados, e não unicamente sacrifício de louvor ou de ação de graças;
3. O papel do sacerdote, no oferecimento do Santo Sacrifício da Missa, é essencial e exclusivo: o sacerdote, e só ele, recebeu, por meio do sacramento da Ordem, o poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo.
A Missa tradicional milenar, latina e romana, expressa com suma claridade toda a densidade desta doutrina, sem suprimir nada do mistério!

O que ocorre com a Missa nova?

Sabemos que a nova Missa foi imposta ao mundo católico por necessidades ecumênicas porque era o maior obstáculo à unidade com os reformados do século XVI. Em efeito, a Santa Missa tradicional afirma com precisão, sem evasivas, a fé católica que negam os protestantes, nos três pontos essenciais da doutrina da Missa, que são:
- A realidade da presença real;
- A realidade do sacrifício;
- A realidade do poder sacerdotal.
A nova Missa vai simplesmente abafar esta fé católica. Assim, o novo rito introduzido, que se tornou indiferente ao dogma, poderá acomodar-se com uma fé puramente protestante, ou inclusive servir de ponto de encontro ao mundo da unidade ecumênica para uma celebração única, na qual os dogmas discutidos foram velados com prudência, e só foram conservados os gestos, as expressões e as atitudes que podem ser interpretadas segundo a fé de cada um. Pode-se negar a evidência dos fatos? As mudanças trazidas pela Missa nova correspondem precisamente aos pontos de doutrina contestados por Lutero.

Outras alterações do rito tradicional – mesmo quando são menos graves que as que tocam o coração da Missa - levam todas, porém, a uma diminuição do respeito devido à Sagrada Presença. Nesta ordem, devem ser mencionadas as seguintes supressões, que, isoladas, poderiam parecer menores, contudo, consideradas no seu conjunto, indicam-nos o espírito que prevaleceu nas reformas. Suprimiram-se:
- A purificação dos dedos do sacerdote sobre o cálice e no cálice;
- A obrigação para o sacerdote de manter juntos os dedos que tocaram a hóstia depois da Consagração, para evitar qualquer contato profano;
- A pália que protege o cálice;
- O dourado obrigatório do interior dos vasos sagrados;
- A consagração do altar, se for fixo;
- A pedra sagrada e as relíquias postas no altar, se for móvel;
- As toalhas para o altar, cuja quantidade foi reduzida de três para uma;
- As prescrições para o caso de uma Hóstia consagrada cair no solo.
A estas supressões, que representam uma diminuição do respeito que se deve à presença real, é importante acrescentar as atitudes que se inclinam no mesmo sentido e que foram quase impostas aos fieis:
- A comunhão de pé e quase sempre na mão;
- A ação de graças que - muito curta – se convida a fazer sentado;
- A posição de pé depois da consagração.
Todas essas alterações, agravadas pelo afastamento do sacrário, muitas vezes relegado para um canto do presbitério, convergem na mesma orientação que consiste em manter em silêncio o dogma da presença real.

Por isso, reverendíssimos senhores padres, acabem com essa maldita moda de tirar o sacrário do altar e escondê-lo numa capela isolada, obedeçam as palavras do Santo Padre!
Cristo deve ser adorado, e não escondido!